quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Microcefalia: SES investiga casos no Estado

A Secretaria Estadual de Saúde (SES) esclarece que foi comunicada, no mês de outubro, da ocorrência de casos de microcefalia, condição neurológica em que a cabeça do recém-nascido é menor quando se compara com o padrão daquela mesma idade e sexo. Com o apoio das equipes das unidades de saúde pública e privadas envolvidas, a SES vem consolidando todas as informações desses pacientes, incluindo exames de imagem, clínicos e laboratoriais dos recém-nascidos, amostras de sangue das mães e dados gerais do pré-natal. A SES já está investigando todos os casos junto ao Ministério da Saúde com o objetivo de definir estratégias para esclarecer os fatores associados a essa alteração congênita, além de estar criando protocolos de atendimentos para os bebês e para as mães.
A SES ressalta que está analisando diversas possíveis causas para essas ocorrências, entre elas: infecções congênitas (rubéola, sífilis, varicela, toxoplasmose), agressões teratogênicas (drogas como talidomida, aspirina, tetraciclina, calmantes), alcoolismo materno, drogadição (cocaína), infecções provocadas por dengue, chikungunya ou zika, entre outros. É importante ressaltar que todas as medidas estão sendo tomadas para que haja a resolução do caso e para que todas as mães e bebês envolvidos sejam acolhidos por serviços de referência na rede pública de saúde.
Histórico: Em outubro de 2015, a Secretaria de Saúde de Pernambuco foi comunicada por profissionais da rede de saúde estadual de um possível aumento do número de casos de microcefalia entre recém-nascidos residentes em Pernambuco. Após reuniões com esses profissionais, percebeu-se a importância e pertinência dos relatos e por se tratar de um evento inusitado de interesse para a saúde pública foi instituído, de imediato, o Comitê de Operações de Emergências em Saúde (COES) composto por profissionais de diversas instituições: Ministério da Saúde; Organização Pan-americana da Saúde – OPAS; Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz; Universidade Federal de Pernambuco; Hospital Universitário Oswaldo Cruz - HUOC; Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira – IMIP; Associação de Assistência à Criança Deficiente – AACD, para discussão dos casos e planejamento das ações que deveriam ser deflagradas.
Notificação imediata: A partir de 27 de outubro de 2015, a SES instituiu a notificação imediata desses casos, orientando todos os serviços e profissionais de saúde do Estado que notificassem imediatamente os casos de microcefalia identificados por meio do CIEVS-PE, utilizando o link do FormSus (http://goo.gl/OvUlfN) ou diretamente na Plataforma CIEVS (www.cievspe.com).
Investigação: Além da instituição da notificação imediata no Estado, com o apoio do Ministério da Saúde, OPAS e Fiocruz, está sendo realizada uma investigação epidemiológica de campo em busca da identificação de possíveis causas dessa alteração no padrão de ocorrência de microcefalia no Estado. Como fontes de dados são utilizados prontuários e outros registros de atendimento médico da gestante e do recém-nascido no local onde ocorreu o parto e entrevistas realizadas pessoalmente com as mães.
Protocolos: Foi elaborado, ainda, e divulgado em 10.11.2015, pela equipe da SES, MS e profissionais das unidades de saúde envolvidas (infectologistas, pediatras, neurologistas) um protocolo clínico e epidemiológico para orientação dos profissionais nas maternidades e unidades de referências com relação ao manejo desses casos. Mais detalhes sobre o levantamento de informações dessa fase inicial estão disponíveis na Plataforma do Cievs-PE por meio do link http://goo.gl/IOVNMV.
Perguntas e respostas – Microcefalia
- O que é a microcefalia?
A microcefalia não é um agravo novo. Trata-se de uma malformação congênita, em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada. Neste caso, os bebês nascem com perímetro cefálico (PC) menor que o normal, que habitualmente é superior a 33 cm.
- Quais as causas desta condição?
Esse defeito congênito pode ser efeito de uma série de fatores de diferentes origens, como as substâncias químicas, agentes biológicos (infecciosos), como bactérias, vírus e radiação.
- A microcefalia pode levar a óbito ou deixar sequelas?
Cerca de 90% das microcefalias estão associadas com retardo mental, exceto nas de origem familiar, que podem ter o desenvolvimento cognitivo normal. O tipo e o nível de gravidade da sequela vão variar caso a caso. Tratamentos realizados desde os primeiros anos melhoram o desenvolvimento e a qualidade de vida.
- Como é feito o diagnóstico?
Após o nascimento do recém-nascido, o primeiro exame físico é rotina nos berçários e deve ser feito em até 24 horas do nascimento. Este período é um dos principais momentos para se realizar busca ativa de possíveis anomalias congênitas. Por isso, é importante que os profissionais de saúde fiquem sensíveis para notificar os casos de microcefalia no registro da doença no Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (Sinasc).
- Qual o tratamento para a microcefalia?
Dependendo do tipo de microcefalia, é possível corrigir a anomalia por meio de cirurgia. Geralmente, as crianças, como já informado, precisam de acompanhamento após o primeiro ano de vida. Nos casos de microcefalia óssea existem tratamentos que propiciam um desenvolvimento normal do cérebro.
- Quais estados estão apontando crescimento de casos de microcefalia acima da média?
O Ministério da Saúde está os casos de microcefalia em Pernambuco, estado que tem apresentado aumento de casos da doença, classificado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como situação inusitada em termos de saúde. Temos recebido relatos de profissionais de saúde sobre o mesmo corrido nos estados da Paraíba e do Rio Grande do Norte. Todas essas suspeitas estão sendo investigadas e todos esses locais contam com a atuação de profissionais de saúde do ministério.
- Há registro de ‘surtos’ de microcefalia em outros países?
Por enquanto, não há relatos na literatura cientifica e nem casos registrados em outros países da associação do zika vírus com a microcefalia. No entanto, nenhuma hipótese está sendo descartada.
- Que exames estão sendo realizados nas crianças e nas gestantes dos estados (PE, RN e PB) que já notificaram o Ministério da Saúde?
A partir dos casos identificados em Pernambuco, como já informado, estão sendo realizadas investigações epidemiológicas de campo, tais como: revisão de prontuários e outros registros de atendimento médico da gestante e do recém-nascido. Também estão sendo feitas entrevistas com as mães por meio de questionário. Os casos seguem para investigação laboratorial e exames de imagem como a tomografia computadorizada de crânio.
- Neste momento, qual é a recomendação do Ministério da Saúde?
Neste momento, o Ministério da Saúde reforça às gestantes que não usem medicamentos não prescritos pelos profissionais de saúde e que façam um pré-natal qualificado e todos os exames previstos nesta fase, além de relatarem aos profissionais de saúde qualquer alteração que perceberem durante a gestação. Além disso, é importante que os profissionais de saúde estejam atentos à avaliação cuidadosa do perímetro cerebral e à idade gestacional, assim como à notificação de casos suspeitos de microcefalia no registro de nascimento no Sinasc.

Disponível em :http://portal.saude.pe.gov.br/noticias/secretaria-executiva-de-vigilancia-em-saude/microcefalia-ses-investiga-casos-no-estado

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